segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Por amor as almas!


Qual seria a motivação para alguém empreender-se em realizar o chamado de Deus e trabalhar em sua obra?Essa pergunta certamente já foi formulada varias vezes, e respostas certamente foram propostas a mesma, o que não foi suficiente, ao menos para mim. O fato é que a obra de Deus vem sendo realizada e são muitos os frutos, da mesma forma que são muitas as indagações no meio d’aqueles mesmos que realizam essa obra.
O que nos leva a abrir mão de nossas vidas cotidianas com responsabilidades e prazeres por assim dizer comuns as pessoas e nos lançarmos com tudo para vivermos o ministério sacerdotal? Seria status? Ou talvez uma falta do que fazer? Ou seria porque entendemos o amar como Deus ama?
Um texto que li esses dias me chamou a atenção de maneira inusitada, pois falava sobre a motivação de um obreiro no que diz respeito ao trabalho do Reino de Deus; Segundo o texto a obra de Deus nunca pode ser feita por amor as almas porque as almas não merecem ser amadas, mas somente por amor a Deus porque o mesmo nunca nos decepciona. Diz: “As almas dos seres humanos são ingratas, perversas, egocêntricas. E não merecem ser amadas. Nós, humanos, não merecemos sermos amados.” (Katagiri, 2011, p. 2).
O artigo de Katagiri expressa o fato de que o amor humano deseja retorno de suas ações, e que o fato de não ter correspondência fará com que esse amor desvaneça.
Devemos, no entanto lembrar que a questão é o que nos motiva a realizar a obra e não se o resultado e o reconhecimento são o que nós esperamos. É uma realidade que muitos que um dia se empenharam em por a mão no arado se decepcionaram e olharam para trás deixando de seguir o conselho do que foi e é o maior exemplo de abnegação, o nosso senhor Jesus. Desanimaram porque eles não conseguiram ver realizado aquilo que tinham planejado, sonhado, ou recebido como meta.
Certamente quando alguém se empreende no serviço sacerdotal o faz mediante uma motivação, infelizmente a motivação varia de um pra outro, algumas motivações embora louváveis, muitas vezes são erradas e certamente insustentáveis.
Com certeza aquele que realiza corretamente a obra de Deus o faz por amor as almas porque compreendeu o amar como Deus ama; Deus não ama mediante uma troca; Se assim fosse ninguém seria amado por Deus, já que o amor que temos recebido D’ELE, nós não merecemos.
Temos que entender a motivação a partir do ideal inicial, por exemplo: Certamente um voluntário de assistência social não se voluntaria ao serviço por achar lindo o sofrimento do outro (a não ser que seja um pervertido ou coisa do gênero), mas por saber que se faz necessário que as pessoas que sofrem sejam assistidas com intuito de ficarem em melhor situação. Também por exemplo: Um discípulo de um grande mestre que partiu, resolve após a partida do mestre continuar sua obra como co-autor, não deve encontrar sua motivação própria para o desenvolvimento da obra, mas sim, manter o mesmo propósito que levara o seu mestre a dar início à obra em questão.
Entendendo que um obreiro de Deus chamado ao sacerdócio, exerce a continuação da obra de Cristo como fala o Apostolo Paulo em Romanos 8.17: “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.”
Entendemos que assim como somos co-herdeiros com Cristo para que com ele sejamos glorificados, também somos co-herdeiros de sua obra; E a obra que o Senhor Jesus iniciou aqui na terra foi iniciada por amor as almas, como está escrito no Evangelho segundo São João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Exatamente pelo fato de que a mesma foi iniciada por amor “ao mundo”, ou seja, “as almas”, é que todos quantos se empenham em continuar a obra de Cristo de anunciar as boas novas da salvação se empenhem por amor as almas, evidentemente que também por amar a Deus, pois aquele que diz amar a Deus a quem jamais viu e não ama aos outros seres humanos aos qual vê é um mentiroso, e como está escrito acerca do que o próprio Jesus falou: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”(João 13.34-35). Um verdadeiro discípulo de Jesus aprende essa lição sem reservas e certamente é bem sucedido quando se empreende em realizar a obra a qual Deus tem lhes chamado de anunciar o evangelho do Reino de Deus por amor as almas.
Por: Pr Ernandes Nogueira de Lucena

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